O Vinho do Porto também chamado
de néctar dos Deuses, é conhecido mundialmente e não necessita de
apresentações. É nas encostas agrestes e rochosas que ladeiam o rio
Douro, que este afamado vinho começa a sua história. Numa região de montes
que não deixam de crescer, videiras que ninguém pode contar, rio que não para
de correr, pedaço de viril beleza (Miguel Torga), actualmente
Património Mundial da Humanidade, nasce o vinho com o nome de cidade. Da
mistura de sol e rocha, de água duriense e labor humano, nasce a vinha e se
desenvolvem as uvas que vão dar origem ao néctar divino. Da pedra se
fez terra, do sol bravo o licor generoso, que tem um ressaibo de brasa e de framboesa (Aquilino Ribeiro). Colhida a uva e pisado o mosto, inicia-se uma nova jornada
para o famoso vinho. Transportado em pipas de madeira para envelhecer, aguarda
a passagem do tempo armazenado nas históricas Caves de Vila Nova de Gaia, onde
é depois engarrafado e enviado para todas as partes do Mundo. A história de
vida do vinho do Porto não se alterou ao longo dos anos. A introdução da
tecnologia veio alterar a sua produção, e da força humana passou-se a usar a
força mecânica. Mas o vinho do Porto mantém o seu sabor único e
incomparável. Como disse o grande escritor duriense Miguel Torga,
o Douro (...) produz a única riqueza de que somos senhores
exclusivos: o Porto, que o mundo assim conhece e saboreia, e imitam em todas as
latitudes sem nunca igualar. A Região demarcada do Douro, foi a
primeira região demarcada reconhecida no Mundo, criada durante o reinado de D.
José I em 1756. Muito trabalho humano esteve envolvido na produção
deste néctar dos Deuses ao longo dos anos. A apanha da uva é uma
tarefa dura e monótona, realizada muitas vezes sobre condições climatéricas
agrestes. O transporte das pipas de vinho do Alto Douro para Vila Nova de Gaia
era inicialmente feito por barcos rabelos. Transformar o Douro numa
estrada de vinho foi tão duro como navegar oceanos (Jaime
Cortesão). Mais tarde passou a ser feito através de comboio,
diminuindo o tempo do seu transporte e aumentando o número de pipas
transportadas. O tempo é outro, as técnicas mudaram, o trabalho
simplificou-se. Mas os homens e mulheres que deram ao Vinho do Porto o trabalho
de uma vida inteira não devem ser esquecidos pois foi graças a eles que a
viagem deste famoso vinho se iniciou. Datado de 1914, este filme realizado pela
Invicta Filme, retrata de forma única todo o ciclo de produção do Vinho do
Porto. Com quase 100 anos este documentário é um legado raro que devemos
preservar.
Excelente publicação.
ResponderEliminarParabéns!
Muito obrigada pela sua simpática mensagem!
ResponderEliminarMuito, muito bom.
ResponderEliminarObrigada!! Começo a ficar sem palavras para lhe agradecer! :)
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