sexta-feira, 25 de abril de 2014

Revolução: repetição ou mudança?


A palavra revolução, anda actualmente na boca de toda a gente. E quando pensamos em revolução, associamos logo a movimentos políticos, a lutas sociais, a confrontos nas ruas e a momentos de grande tensão.

No entanto a palavra revolução é uma palavra antiga para uma ideia moderna (Dicionário da Filosofia Moral e Politica). Originalmente o termo revolução era usado na astronomia, para designar o movimento cíclico das estrelas, cujos trajectos se repetiam, impelidos pelas irresistíveis e potentes forças gravitacionais. Foi este o termo usado por Copérnico, para designar o movimento cíclico dos planetas em volta do Sol, como se pode confirmar pelo titulo da sua maior obra escrita: "Da Revolução das Orbes Celestes" que foi editado em 1543, em 6 volumes. 
Como metáfora politica era utilizada desde a Antiguidade Clássica, para definir a recorrência dos regimes, forçados a regressar sempre às mesmas formas de governar (Dicionário da Filosofia Moral e Politica).  

Esta definição etimológica da palavra revolução, mantém-se até ao século XVII, quando se dá a primeira revolução constitucional em Inglaterra, a chamada Gloriosa Revolução (1688-1689), a partir da qual a Coroa Britânica ficou dependente do Parlamento, evitando deste modo o absolutismo monárquico. 

Com as revoluções americana (1776) e francesa (1789-1799), no século XVIII, o significado da palavra revolução altera-se definitivamente, passando a ter o significado oposto do inicial. Revolução passa então a representar a ruptura com o modelo anterior, a mudança profunda, a alteração. A ideia da revolução como ruptura libertadora é reiterada no século XIX, que recupera da antiga definição o sentido de irresistibilidade e movimento (Dicionário da Filosofia Moral e Politica). Segundo Karl Marx as revoluções são as locomotivas da história, dando assim ênfase ao sentido de mudança da palavra.


Por isso é preciso ter cuidado quando utilizamos a palavra revolução, pois em diferentes contextos podemos estar a dizer que andamos às voltas e acabamos sempre no mesmo sítio, ou que mesmo a andar às voltas vamos acabar num sitio completamente diferente. Eu por mim sou sempre defensora da mudança, logo da revolução associada ao mês de Abril!