A utilização de expressões e palavras populares é tão comum no nosso dia a dia, que nem paramos para pensar no seu significado. A riqueza das suas origens é tão grande que vale a pena perder uns minutos do nosso precioso tempo para podermos perceber melhor o porquê da sua utilização.
Casa da mãe Joana - expressão de língua portuguesa que descreve um lugar ou situação onde vale tudo, não existe ordem e onde predomina a confusão, a desordem e a balbúrdia. A sua origem remonta ao século XIV e deve-se a Joana de Nápoles que viveu na Idade Média, entre 1326 e 1382, tendo sido Rainha de Nápoles e Condessa de Provença. Em 1346 passa a residir em Avignon, França, e no ano seguinte regulamentou os bordéis da cidade e uma das suas normas dizia que " o lugar terá uma porta por onde todos possam entrar". Os bordéis passaram a ser designados por casa da mãe Joana.Transposta para Portugal passou a descrever um local onde todos podem entrar sem necessidade de autorização, onde todos fazem o que querem e onde não há qualquer disciplina ou organização.
De mãos a abanar - A origem para esta expressão está relacionada com os imigrantes que chegavam ao Brasil no século 19. Eles costumavam trazer da Europa ferramentas para o cultivo da terra, como foices e enxadas, além de animais, como vacas e porcos. Uma ferramenta poderia indicar uma profissão, uma habilidade, demonstrava disposição para o trabalho. O contrário, chegar de mãos a abanar, indicava preguiça e sem vontade para trabalhar. Actualmente, quando uma pessoa vai a uma festa, mandam os bons modos que leve um presente. Se não o faz, diz-se que chegou de mãos a abanar.
Dor de cotovelo - expressão popular que provém da imagem romântica de um sofredor de amor, sozinho num balcão de um bar, apoiado nos cotovelos a chorar um amor perdido. Por permanecerem muito tempo nesta posição os solitários românticos acabavam por ficar com dores nos cotovelos. Actualmente é comum usar esta expressão para designar o despeito provocado pelo ciúme, pela inveja ou mesmo a tristeza causada por uma decepção amorosa.
Para Inglês ver - Apesar de haver algumas versões para a origem desta expressão a mais aceite remonta ao tempo de D.Pedro IV. O Governo Regencial, que administrava o Brasil enquanto o príncipe D.Pedro II do Brasil não atingisse a maioridade, promulgou uma lei em 1831, que declarava livres todos os africanos que chegassem ao Brasil em navios traficantes de escravos, de forma a satisfazer os ingleses que lutavam ferozmente para que a escravidão fosse abolida. Os ingleses lideravam o consumo do café brasileiro. Mas o sentimento geral era de que a lei nunca seria cumprida, circulando na Corte e na Câmara dos Deputados, que o regente Feijó fizera uma lei apenas para Inglês ver. Esta expressão passou então a ser usada para designar leis que só existem no papel como também todas as coisas feitas apenas para preservar as aparências, sem que efectivamente ocorra.
Tirar o cavalinho da chuva - Esta expressão que significa desistir de um intento, perder ilusões, abandonar uma ideia, teve origem no inicio do século XIX. No interior o transporte mais comum era o cavalo. Quando uma visita era breve o cavalo era deixado ao relento, em frente à casa do anfitrião. Se visita fosse demorada o cavalo era colocado num local protegido da chuva. No entanto o convidado só poderia colocar o seu cavalo num local abrigado se o anfitrião quisesse prolongar a sua estadia e a visita fosse agradável dizendo "pode tirar o seu cavalo da chuva que você ainda vai por cá demorar". Com o tempo o sentido da expressão alterou-se e passou a designar situações em que se abandonava uma intenção ou um propósito, e a palavra cavalo adquiriu um sentido irónico passando a cavalinho.
Vai pentear macacos - Teve origem no provérbio português "mal grado haja a quem asno penteia", que aparece pela primeira vez registado num documento em 1651. Nessa época escovar ou pentear animais de carga como burros e jumentos era considerada uma tarefa inglória, pois estes animais não necessitavam de ter boa aparência para realizar o trabalho de carga a que estavam destinados. Vai pentear macacos é a adaptação brasileira desse ditado português . Os portugueses até meados do século XVII desconheciam o termo macaco, e utilizavam a palavra bugio para se referir a esse animal e criaram a expressão vai bugiar, que tem um significado semelhante ao vai pentear macacos, que ainda hoje é utilizada em Portugal e em algumas localidades no Brasil. Todas elas têm o mesmo significado.
Sem eira nem beira - Refere-se a pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Esta expressão pode ter ainda outra explicação. Antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado , então construíam somente a tribeira ficando assim sem eira nem beira.
Ao Deus dará - Expressão que surgiu como resposta tradicionalmente dada aos que estendiam a mão à caridade pública. Ao pedido: "Uma esmolinha, pelo amor de Deus" - a resposta era invariavelmente "Deus dará", e que depois passou a ser "Deus o favoreça." Os autores portugueses Gomes Monteiro e Costa Leão, em "A Vida Misteriosa das Palavras", dizem que, no século XVII, viveu no Recife um negociante português que, de tanto usar aquelas duas palavras, passou a chamar-se Manuel Álvares Deus Dará. O nome passou para o seu filho, Simão Álvares Deus Dará, que exerceu o cargo de provedor-mor da Fazenda do Brasil. Estar ao Deus dará é estar na miséria, entregue à sorte, sem nenhuma ajuda dos homens e podendo contar apenas com a protecção celestial.
Fechado a sete chaves - No século XIII, eram usadas arcas para guardar jóias e documentos da corte de Portugal. Cada arca tinha quatro fechaduras e era aberto por quatro chaves diferentes, distribuídas pelos altos funcionários do Reino. Com o tempo, as arcas caíramem desuso. E algo que antes estava bem fechado a quatro chaves, passou a ser fechado a sete chaves, devido ao misticismo associado ao número 7. Esse misticismo teve origem nas religiões primitivas babilónicas e egípcias, que faziam o culto dos sete planetas conhecidos na época. Assim, a expressão fechar a sete chaves está relacionada ao acto de guardar algo com segurança e sob sigilo absoluto.
Tirar o cavalinho da chuva - Esta expressão que significa desistir de um intento, perder ilusões, abandonar uma ideia, teve origem no inicio do século XIX. No interior o transporte mais comum era o cavalo. Quando uma visita era breve o cavalo era deixado ao relento, em frente à casa do anfitrião. Se visita fosse demorada o cavalo era colocado num local protegido da chuva. No entanto o convidado só poderia colocar o seu cavalo num local abrigado se o anfitrião quisesse prolongar a sua estadia e a visita fosse agradável dizendo "pode tirar o seu cavalo da chuva que você ainda vai por cá demorar". Com o tempo o sentido da expressão alterou-se e passou a designar situações em que se abandonava uma intenção ou um propósito, e a palavra cavalo adquiriu um sentido irónico passando a cavalinho.
Vai pentear macacos - Teve origem no provérbio português "mal grado haja a quem asno penteia", que aparece pela primeira vez registado num documento em 1651. Nessa época escovar ou pentear animais de carga como burros e jumentos era considerada uma tarefa inglória, pois estes animais não necessitavam de ter boa aparência para realizar o trabalho de carga a que estavam destinados. Vai pentear macacos é a adaptação brasileira desse ditado português . Os portugueses até meados do século XVII desconheciam o termo macaco, e utilizavam a palavra bugio para se referir a esse animal e criaram a expressão vai bugiar, que tem um significado semelhante ao vai pentear macacos, que ainda hoje é utilizada em Portugal e em algumas localidades no Brasil. Todas elas têm o mesmo significado.
Sem eira nem beira - Refere-se a pessoas sem bens, sem posses. Eira é um terreno de terra batida ou cimento onde grãos ficam ao ar livre para secar. Beira é a beirada da eira. Quando uma eira não tem beira, o vento leva os grãos e o proprietário fica sem nada. Esta expressão pode ter ainda outra explicação. Antigamente as casas das pessoas ricas tinham um telhado triplo: a eira, a beira e a tribeira como era chamada a parte mais alta do telhado. As pessoas mais pobres não tinham condições de fazer este telhado , então construíam somente a tribeira ficando assim sem eira nem beira.
Ao Deus dará - Expressão que surgiu como resposta tradicionalmente dada aos que estendiam a mão à caridade pública. Ao pedido: "Uma esmolinha, pelo amor de Deus" - a resposta era invariavelmente "Deus dará", e que depois passou a ser "Deus o favoreça." Os autores portugueses Gomes Monteiro e Costa Leão, em "A Vida Misteriosa das Palavras", dizem que, no século XVII, viveu no Recife um negociante português que, de tanto usar aquelas duas palavras, passou a chamar-se Manuel Álvares Deus Dará. O nome passou para o seu filho, Simão Álvares Deus Dará, que exerceu o cargo de provedor-mor da Fazenda do Brasil. Estar ao Deus dará é estar na miséria, entregue à sorte, sem nenhuma ajuda dos homens e podendo contar apenas com a protecção celestial.
Fechado a sete chaves - No século XIII, eram usadas arcas para guardar jóias e documentos da corte de Portugal. Cada arca tinha quatro fechaduras e era aberto por quatro chaves diferentes, distribuídas pelos altos funcionários do Reino. Com o tempo, as arcas caíram
Tintim por tintim - Expressão muito utilizada na língua portuguesa é utilizada para descrever alguma coisa com muito detalhe. Segundo o filólogo João Ribeiro, “tintim é a onomatopeia do tilintar de moedas”, ou seja, tintim é o barulho que uma moeda faz quando cai sobre outra. Na sua origem, a expressão tintim por tintim era usada para se referir a uma conta ou dívida paga até a última moeda. Assim, quando queremos obter informações precisas sobre algum facto ou situação, costumamos dizer: "Conte-me tudo, tintim por tintim”.
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