A primeira publicação regular que se tem conhecimento surgiu no século I, quando o Imperador Augusto instituiu a colocação no Forum Romano da Acta Diurna. Esta publicação, que inicialmente apenas enumerava as listagens de eventos ditados pelo Imperador era gravada em pequenas tábuas de pedra, foi instituída por Júlio César no ano 59 aC. Mas foi com Augusto que se tornou periódica e começou a divulgar diversas notícias sobre feitos militares, factos sociais, obituários e outros acontecimentos importantes. A Acta Diurna era afixada em locais públicos para ser lida por todos. No entanto o primeiro jornal em papel surgiu apenas no ano de 713 dC como panfleto manuscrito em Pequim, com o nome de Notícias Diversas. Na Idade Média eram comuns nas grandes cidades, as folhas escritas com noticias comerciais e económicas que eram distribuídas nos meios burgueses. Na cidade de Veneza estas folhas eram vendidas ao preço de uma gazzeta, a moeda local. Daqui teve origem o nome Gazeta, nome adoptado por muitos jornais publicados na Idade Média e que chegou até nós fazendo ainda parte do nome de muitos periódicos contemporâneos.
A primeira publicação impressa regularmente surgiu em 1602, na cidade holandesa de Antuérpia, com o nome de Nieuwe Tijdinghen e tinha periodicidade semanal. Em 1621 surge em Londres o primeiro jornal de língua inglesa com o nome The Corante. Em 1638, também em Londres o Weekly News torna-se no primeiro jornal a publicar noticias internacionais, tendo sido logo seguido pelo jornal francês La Gazette, que tinha iniciado a sua publicação a 31 de Maio de 1631. Todos estes jornais tinham periodicidade semanal, quinzenal ou mesmo mensal. Só em 1650 surge o primeiro jornal diário com o nome de Einkommende Zeitungen (Notícias Recebidas) fundado na cidade alemã de Leipzig. O poder da informação foi crescendo e com ele o número de jornais publicados. Nos séculos XVIII e XIX as publicações impressas aumentaram exponencialmente e jornais como o inglês The Times (que começou a circular em 1785 com o nome de The Daily Universal Register), tornaram-se ícones da informação.
Em Portugal o primeiro periódico impresso surgiu em 1641 e tinha como nome Gazeta em que se relatam as novas todas, que houve nesta corte, e que vieram de várias partes no mês de Novembro de 1641, com todas as licenças necessárias, também denominada Gazeta da Restauração. O seu objectivo era dar notícia dos acontecimentos da guerra com Espanha e da aclamação de D. João IV como Rei de Portugal, procurando igualmente auxiliar a consolidação da independência (Biblioteca Nacional). Em Janeiro de 1663 surge o primeiro periódico político português em Lisboa com o nome de Mercúrio Português, tendo desaparecido em 1667 . A designação de mercúrio foi adoptada por publicações de vários países europeus, evocando o simbolismo do mensageiro dos deuses. Segundo os estudiosos da imprensa periódica, havia diferenças claras entre os mercúrios e as gazetas, apresentando estas últimas um carácter mais noticioso (Biblioteca Nacional). Mas foi só no dia 19 de Agosto de 1715 que o primeiro jornal oficial português inicia a sua publicação com o título de Noticias do Estado do Mundo, cujo redactor foi José Freire de Monterroio Mascarenhas. No entanto o segundo número publicado a 17 de Agosto já surge com o nome com que ficaria conhecido: a Gazeta de Lisboa, título que se mantém até ao ano 1833 (com algumas alterações de nome pontuais ao longo dos anos). Com a Revolução Liberal no século XIX a imprensa em Portugal desenvolve-se rapidamente e novos periódicos começam a aparecer. A 18 de Abril de 1835 na Ilha de São Miguel surge o diário Açoriano Oriental, que é o jornal mais antigo do país e o segundo mais antigo da Europa, só suplantado pelo sueco Post-och Inrikes Tidningar que surgiu em 1645. Grandes nomes do jornalismo português surgem no século XIX: O Comércio do Porto em 1854; o Diário de Notícias em 1864 (o primeiro jornal a ter pequenos anúncios, que lhe permitiu ser vendido a menor preço); o Primeiro de Janeiro em 1869; o Século em 1881 e o Jornal de Notícias em 1888. A informação tornava-se acessível a todos e as notícias circulavam rapidamente.
O século XX tornou a informação ainda mais rápida e com o desenvolvimento de novas tecnologias a noticia impressa foi sendo suplantada pela noticia dada pelos meios audiovisuais. Os jornais, antigos senhores da informação, viram-se ameaçados pela facilidade da divulgação da informação pela televisão e rádios. No século XXI as redes sociais tornaram-se rainhas da comunicação. De pedras impressas, em pouco mais de dois mil anos, passamos a computadores portáteis, Ipads e Tablets onde temos o mundo à distancia de um dedo. A evolução foi fabulosa e o génio humano fantástico. Pena é que a qualidade da informação não tenha acompanhado a qualidade da sua propagação.
Informação fantástica. Finalmente alguma informação boa, no meio de tanta informação funesta !!
ResponderEliminarSubscrevo inteiramente o comentário da Maria!
ResponderEliminarTemos que tentar "fintar" as más noticias!!
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