Amanhã comemora-se o dia 5 de Outubro, o dia da implantação da República. Há 102 anos deixamos de ser um país monárquico e passamos a ser regidos por republicanos. O Partido Republicano Português, criado em 1876, após um golpe de estado, destituiu a monarquia e implementou o regime republicano em Portugal. O seu objectivo era devolver ao país o prestígio perdido e colocar Portugal na senda do progresso...102 anos depois ainda temos esse mesmo objectivo!
Foi formado um Governo Provisório Português : Hoje, 5 de Outubro de 1910, às onze horas da manhã, foi proclamada a República de Portugal na sala nobre dos Paços do Município de Lisboa, depois de terminado o movimento da Revolução Nacional. Constituiu-se, imediatamente o Governo Provisório: Presidência, Dr. Joaquim Teófilo Braga. Interior, Dr. António José de Almeida. Justiça, Dr. Afonso Costa. Fazenda, Basílio Teles. Guerra, António Xavier Correia Barreto. Marinha, Amaro Justiniano de Azevedo Gomes. Estrangeiros, Dr. Bernardino Luís Machado Guimarães. Obras Públicas, Dr. António Luís Gomes (Diário do Governo, 6 de Outubro de 1910). Com o novo regime politico, os símbolos nacionais também foram alterados. Na monarquia o rei tem um corpo físico e portanto é uma pessoa reconhecível e reconhecida pelos cidadãos. Mas a república é uma ideia abstracta (Nuno Severiano Teixeira). Foi criada uma Comissão a 15 de Outubro para desenvolver os novos símbolos que passariam a representar a nação: a bandeira, o hino e o busto da República.
Ao longo dos anos a história foi-se escrevendo e reescrevendo. Pedaços dessa história chegaram até nós graças ao empenho dos Arquivos e de muita gente anónima, que preservaram documentos e imagens que são de todos nós. Concordando ou discordando a história fez-se e hoje somos resultado dessas acções que a história nos conta. Aqui ficam alguns exemplos de documentos alusivos à Implantação da República no nosso país, que o Arquivo Distrital do Porto, digitalizou e disponibilizou para consulta.
Telegramas
enviados pelo Sr. Ministro do Interior – António José
de Almeida, respeitantes à proclamação da República. Indicação
para nomeação de cargo (Governador Civil do Porto). Mensagem hostil referente a
Pimentel Pinto, e à sua aceitação da implantação da República (Arquivo Distrital do Porto).
Pedido para que o Dr. Paulo Falcão assuma responsabilidades de Governador Civil do Porto (Arquivo Distrital do Porto).
Comunicação emitida pelo Sr. Ministro do Interior – António José de Almeida, respeitante às alterações que as Câmaras Municipais deverão sofrer, especialmente, a sua substituição por Comissões Municipais (Arquivo Distrital do Porto).
Comunicação emitida pelo Sr. Ministro das Finanças - José Relvas, solicitando que os Governadores Civis reunissem o maior número de cidadãos com elevada influência na comunidade, com o intuito de lhes transmitir o estável estado em que as finanças públicas se encontravam. Solicita ainda que transmita às delegações da Caixa Geral de Depósitos orientações para tranquilizar os seus depositantes (Arquivo Distrital do Porto).
Não deixa de ser curioso que o nome do Ministro das Finanças da altura, fosse José Relvas! A história às vezes prega-nos partidas...
A República foi vilipendiada, mas é de fibra e a vingança pode tardar, mas não falha. Adorei ler.
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